O Estado do Rio de Janeiro vai abrigar a primeira fábrica de motos e bicicletas elétricas do País, um investimento de R$ 20 milhões da Kasinski, empresa brasileira comprada pelo grupo chinês Zongshen em 2009. A planta começará a ser construída este ano e o início da produção está previsto para o primeiro semestre de 2011. A empresa projeta uma produção mensal média de 10 mil unidades de sete modelos de motos, scooters e bicicletas elétricas. "Escolhemos o Rio pela posição geográfica estratégica, potencial consumidor e pelas oportunidades que serão geradas com a Copa e a Olimpíada", afirmou o presidente da Kasinski, Claudio Rosa Junior. A companhia deve definir até o fim de agosto o município que receberá o investimento.
"Fomos a Sapucaia e gostamos do que vimos", declarou o executivo, sobre o município fluminense que faz divisa com Minas Numa primeira etapa, a fábrica vai funcionar em um galpão pré-existente e, depois que a obra estiver concluída, as operações serão transferidas. No mês passado, a Kasinski começou a produzir o primeiro modelo de scooter elétrico no País na sua unidade de Manaus, dedicada a veículos com motor a combustão. Depois de inaugurada a planta fluminense, a empresa vai transferir para o Estado a fabricação do modelo. Para atuar no segmento de elétricos, o grupo criou uma nova empresa, a CR Zongshen E-Power.
Os produtos que sairão da futura unidade fluminense não são poluentes, uma vez que não queimam combustíveis para funcionar. O carregamento da bateria pode ser feito em uma tomada de 110 ou 220 volts e a autonomia média das motos elétricas é de 60 quilômetros, podendo variar de acordo com o peso do condutor e com as características do terreno. Com a bateria totalmente carregada, não seria possível ir de São Paulo a Campinas, por exemplo. Essa limitação é um empecilho para o crescimento desse mercado, avalia Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
"A capacidade é restrita, mas tenho certeza de que, com a evolução da tecnologia, o mercado vai crescer, desde que o custo benefício seja interessante para o consumidor", adverte. Para fisgar o consumidor, a estratégia da Kasinski é justamente começar a comercialização com preços próximos aos das motocicletas convencionais. "No início, vamos trabalhar com margens mais apertadas e oferecer preços competitivos", informou Rosa Junior. Um dos veículos, uma scooter de dois mil watts, equivalente a uma convencional de 125 cilindradas, custará R$ 5.290. Já bicicleta elétrica sairá por R$ 1.490. O veículo será equipado com um motor e também pode ser operado por pedais.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul, 11/08/2010
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