De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o Brasil é o 3.º maior produtor e o 5.º maior consumidor de bicicletas do mundo, com 5,7 milhões de unidades produzidas e consumidas em 2009. As regiões Sul e Sudeste do Brasil concentram 65% de todas as bicicletas compradas no país.
A entidade mostra ainda que apenas 18% das bikes compradas são usadas com fins recreativos e esportivos. No Brasil, segundo Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Abraciclo, 50% dos ciclistas brasileiros a usam como o principal meio de transporte. “Não enxergamos o grande volume de bicicletas nas cidades porque parte delas é usada na periferia e nos bairros. No centro, a concentração é menor. Mas elas estão lá, sendo usadas por trabalhadores de todas as classes sociais”, afirma. Paes afirma que o uso das magrelas está concentrado nos grandes centros urbanos, onde os descolamentos são maiores.
Na opinião de Paes, as cidades brasileiras não foram projetadas e pensadas para as bicicletas, mas ele é otimista. “O panorama está mudando. O governo federal, através do Ministério das Cidades e da Educação, tem investido mais na questão da bicicleta como solução para os problemas do trânsito”, afirma.
Opção pela bicicleta
O artista plástico Fernando Rosembaum, 32 anos, não vive sem bicicleta. Usuário do modal desde a adolescência, ele está longe de encostá-la em um canto escuro da garagem. “Uso a bicicleta desde pequeno, para tudo. Não uso qualquer outro veículo para transporte”, afirma. Para Rosembaum, a escolha só trouxe vantagens. “A bicicleta é barata, faz bem para saúde, não polui. Na minha opinião, a bicicleta é o único meio de transporte que te possibilita sentir a cidade, estar mais próxima dela, de pertencer realmente a ela”, considera.
Rosembaum conta que já viajou de magrela para a Bahia e para o Tocantins. Nas duas viagens, ele pedalou cerca de 50 dias. No dia a dia, ele usa a bike para ir de casa para o trabalho – do bairro São Lourenço ao Alto da Glória, em Curitiba. “São em média 15 quilômetros por dia”, conta.
Apesar dos benefícios, Fernando diz que nem tudo é maravilha, especialmente em Curitiba, onde normalmente se paga caro por optar pela bicicleta. “Falta respeito por parte dos motoristas e infraestrutura por parte da prefeitura. Precisamos que as pessoas respeitem mais os ciclistas e que o poder público invista mais – construa ciclovias e ciclofaixas, lance campanhas educacionais, apoie mais”, protesta.
Fonte: Gazeta do Povo, 01/09/2010
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Um comentário:
Informativo relevante. O que falta mesmo é uma atitude política voltada para os problemas enfrentados por ciclistas em seu uso diário.
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