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Curitiba perde a chance de viver dia sem carro

Curitiba ignorou o Dia Mundial sem Carro, comemorado em cerca de 2 mil cidades do globo. Ao contrário de outros anos, quando fechou ruas importantes e incentivou os habitantes a buscar meios de transportes alternativos, a administração pública não se mobilizou e deixou que a única ação fosse organizada pela sociedade civil: a marcha das mil bicicletas, que teve início na Praça Santos Andrade e rodou pelo centro da cidade à noite.

De acordo com a Urbs, que gerencia as ações de trânsito em Curitiba, a prefeitura decidiu não realizar nenhuma ação específica ao Dia sem Carro. A opção foi pela conscientização por meio de panfletagens – hoje, psicólogos vão conversar com motoristas em dois pontos da cidade. Desde domingo, ao menos 20 mil motoristas, pedestres e motociclistas foram abordados por agentes de educação de trânsito.

Professor do mestrado e doutorado em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, o arquiteto Clóvis Ultramari considera um desperdício de oportunidade para divulgar outros meios de transporte. “Esse dia poderia ser usado para fazer experiências de mobilidade na cidade. O objetivo seria testar ideias a serem aprimoradas, como a carona solidária ou o rodízio de veículos”, afirma. Ultramari lembra que a data prevê a reflexão por parte da população.

A coordenadora de Núcleo de Psicologia do Trânsito da Universidade Federal do Paraná, Iara Thielen, afirma que as panfletagens estão cumprindo o papel educativo na Semana Nacional do Trânsito. “As pessoas devem assumir sua parcela de responsabilidade e tentar se mobilizar para que o dia aconteça. Não há necessidade de a prefeitura organizar atos no dia”, opina.

“Magrelas”

Aproximadamente 500 ciclistas participaram da marcha das mil bicicletas. Um grupo eclético de pessoas que fazem da “magrela” um estilo de vida se reuniu na Praça Santos Andrade, sem distinções etárias ou sociais. O publicitário Eduardo Lubiazi, de 23 anos, distribuiu adesivos do “Ciclista Legal”, apoiando a relação harmoniosa entre bikes e carros. “É uma campanha de tom neutro. Os motoristas não precisam ser agressivos e os ciclistas não devem ser radicais”, diz. A campanha vai seguir na internet, via redes sociais, e os adesivos disponibilizados em locais com grande concentração de pessoas.

Fonte: Gazeta do Povo, 23/09/2011

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