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Ciclistas seminus pedalam por segurança em SC e SP

Ciclistas da capital paulista e de Florianópolis (SC) realizaram neste sábado um ato para pedir mais segurança no trânsito. Seminus - os mais ousados pedalaram apenas com tinta no corpo -, os participantes da Pedalada Pelada reforçaram os protestos da última terça-feira contra as recentes mortes de ciclistas. A manifestação aconteceu hoje em diversas cidades do mundo.

Em São Paulo, a Polícia Militar estimou que 200 pessoas participaram da manifestação na avenida Paulista - destes, ao menos cinco estavam completamente nus. O grupo homenageou a Juliana Dias, 33 anos, que morreu na semana passada ao ser atropelada na mesma via. De acordo com ativistas, ligados ao Instituto Ciclo BR, a nudez simboliza a fragilidade da bicicleta diante do carro e serve para dar atenção ao protesto.

A professora Adriana Pessoa, 37 anos, que veio de São Sebastião, no litoral, pintou uma árvore em seus seios e a palavra "paz" nas costas. Os seios de fora garantem visibilidade: "Você não pode ignorar que tem alguém do seu lado se está sem roupa", disse a ativista que, no meio do protesto, confessou que estava "dando frio".

A designer de interiores paraibana Rosa Clara, 24 anos, declarou que se sente despida com a falta de respeito do motorista ao ciclista no trânsito. "Quem está no carro acha que é dos Transformers e pode partir pra cima", reclamou. No meio do protesto, a timidez: "Já estou me arrependendo, minha mãe vai ver", disse.

A artista plástica Gabriela Pas, 27 anos, afirma que pedalar nu simboliza ainda o prejuízo que diz sentir sem uma política para a bicicleta no trânsito. "Peladas nós mostramos que é assim que nos sentimos, lesadas."

Antes do protesto, por volta das 19h, um homem realizou uma performance na qual quebrava uma bike e pintava o corpo todo de preto. Foi identificado pelos participantes da manifestação como integrante de um programa humorístico e deixou a calçada da avenida Paulista manchada de preto.

Ciclistas catarinenses perdem timidez no trajeto
Já na capital catarinense, poucos participantes tiraram a roupa no início do trajeto, entre um shopping center, a Universidade Federal de Santa Catarina e a avenida Beira-Mar Norte, a mais movimentada da cidade. Durante o passeio, porém, alguns perderam a timidez e pedalaram completamente nus.

O protesto, segundo Daniel de Araújo, um dos organizadores, serviu para alertar motoristas e autoridades para a questão de segurança no trânsito. "Saímos nus, pois esse é o jeito que nos sentimos quando pedalamos pelas ruas", disse. "Isso não é uma manifestação com cunho sexual ou que configure atentado ao pudor. Atentado é vermos motoristas embriagados atropelando e matando ciclistas."

O primeiro a tirar a roupa foi o servidor público Luiz Pereira. Ele conta que usa bicicleta diariamente para ir ao trabalho e que corre riscos no trânsito de Florianópolis. "Não temos segurança alguma", disse. "Eu me sinto bem em pedalar assim para chamarmos a atenção das pessoas."

O protesto diferente chamou atenção e foi bem recebido pelos motoristas, que buzinavam e acenavam quando o grupo passava pelas ruas.

Fonte: Terra, 10/03/2012

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