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Os efeitos da obesidade x prática esportiva na adolescência e na vida adulta

Vivemos uma vida regrada e cheia de compromissos em determinados momentos, portanto acabamos tendo uma tendência a querer "extravasar" e aproveitamos os finais de semana e feriados para nos permitir alguns "pecados", que até certo ponto, podem ser saudáveis, mas em termos gerais, a longo prazo, podem fazer mal à saúde.

Estamos falando da alimentação. A qualidade dos alimentos que ingerimos, sua procedência, forma de preparo e propriedades nutricionais são fatores fundamentais quando pensamos em saúde. Quem deseja ter um corpo saudável, deve associar uma rotina que inclua a prática de esportes e uma boa alimentação e o descanso apropriado.

Uma boa dieta inclui uma alimentação farta e variada. Em termos gerais, pode-se dizer que uma boa alimentação é aquela que contempla um amplo cardápio, incluindo verduras, legumes, fibras, sempre tendo cuidado com a ingestão de açúcar e gordura e dosando a quantidade de proteínas e carboidratos.

Levadas pela praticidade e facilidade de acesso a alimentos industrializados e do tipo "fast food", em contrapartida com uma rotina de vida stressante e sedentária, muitas pessoas, desde muito jovens acabam desenvolvendo hábitos alimentares pouco saudáveis, que acabam levando a problemas de saúde, muito comuns na nossa sociedade nos últimos anos e que de forma geral, podem ser resumidos a um único termo: a obesidade.

Estudos demonstram que a obesidade tem sido decorrente, basicamente, do estilo de vida levado pelas pessoas e de uma forma geral, tem se tornado uma coisa comum desde a adolescência. Esta é uma fase em que acontecem muitas mudanças físicas e psicológicas, altamente influenciadas por fatores genéticos e comportamentais, inerentes ao ambiente e círculo social em que o jovem está inserido. A obesidade na adolescência pode levar a vários problemas, tanto físicos como emocionais e pode estar associada depressão e outros problemas ligados à condição física. Jovens com excesso de peso também acabam por ter menos amigos e um convívio social mais restrito.

A obesidade entre os adolescentes alcançou proporções de epidemia em muitos dos países, estimando-se que, nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 15% dos adolescentes sejam considerados obesos. Isso se origina, no organismo de qualquer pessoa, a partir do momento que as calorias consumidas por meio dos alimentos são queimadas (utilizadas) e ficam armazenadas em células do corpo, no tecido adiposo, nome que damos à gordura, que na obesidade, atinge níveis excessivamente elevados.

As causas podem variar de pessoa para pessoa, podendo originar-se desde fatores genéticos ou ambientais e também psicológicos, entre outros. Sensações como tristeza e mesmo ansiedade podem levar uma pessoa a comer mais do que deveria, o que causa obesidade. A genética do indivíduo também pode auxiliar a explicar a obesidade, pois nela estão as informações sobre a quantidade de energia que uma pessoa irá precisar nos momentos de carência alimentar ou na falta completa desta. Desta forma, algumas pessoas podem consumir melhor tais reservas, mantendo-se em seu peso ideal, ou podem não consumir de forma adequada, o que pode levar à obesidade, que também pode ser herança genética, embora seja difícil separar os fatores genéticos daqueles que são decorrentes de hábitos de vida.

Devemos considerar também estilo de vida que a pessoa possui e a cultura da sociedade onde vive e poderemos enquadrar também os pratos típicos da culinária da região, além da cultura em que se está inserido. Em países como os Estados Unidos, a cultura consumista leva os jovens a considerarem os fast-foods como algo natural e cotidiano. Com isso, adolescentes obesos começam a desenvolver diversos sintomas ou consequências que os especialistas geralmente dividem em dois grupos, aspectos e aspectos clínicos:

Aspectos psicossociais (alteração da imagem corporal, depressão, que tanto pode ser causa como consequência da obesidade, dificuldade de relacionamento com amigos, problemas escolares, dificuldades de inserir-se no mercado de trabalho, dificuldades quanto à pratica de esportes) e aspectos clínicos (alterações musculo-esqueléticas, diminuição da função respiratória, diabetes tipo II, hipertensão arterial, aumento de triglicerídeos e ácido úrico, diminuição de HDL -colesterol).

O adolescente em questão, devido ao excesso de peso e sintomas desenvolvidos, apresentará maior risco de desenvolver as seguintes condições:
Hipertensão arterial;
Diabetes tipo II;
Infarto agudo do miocário;
Acidente vascular encefálico;
Nefropatias;
Alterações ortopédicas;
Neoplasias (crescimento exagerado de células, anormais ou não, que pode levar à formação de câncer);
Colecistopatias (afecção da vesícula biliar);
Alterações endócrinas;
Diminuição da função respiratória.

Para isso, alguns cuidados podem ser tomados. Recomenda-se que se aprenda a escolher refeições mais nutritivas com menos gordura, bem como reconhecer e controlar as características do ambiente que o fazem comer mesmo quando não está com fome, além de praticar mais atividades físicas.

Em muitos casos, tanto o tratamento como a prevenção da obesidade passam por um controle do que é ingerido, não apenas em termos de calorias, mas também em termos de qualidade. recomenda-se fazer um número maior de refeições por dia e reduzir a quantidade de alimentos em cada uma, fazendo refeições mais equilibradas e com um intervalo menor. Isso acelera o metabolismo, faz com que se queime calorias de maneira mais fácil e evita a sensação de fome, que faz com que acabemos ficando muito tempo sem comer e venhamos a comer mais do que deveríamos. Em casos mais avançados, a obesidade deve ser acompanhada e tratada com o auxílio de um profissional da saúde.

A obesidade é atualmente é um problema de saúde pública e envolve fatores comportamentais, culturais, genéticos, fisiológicos e psicológicos O excesso de peso associado a um estilo de vida inativo representa uma das maiores ameaças à saúde dos indivíduos no mundo atual, sendo um dos grandes motivos a falta de atividade física desde a infância ou adolescência.

A prática regular de atividade física durante a adolescência está associada com diversos benefícios físicos, biológicos e sociais, incluindo melhora no sistema musculoesquelético, controle do peso, melhora na qualidade de vida, diminuição de ansiedade e depressão, redução da gordura corporal, manutenção da massa magra, melhora no perfil lipídico e diminuição de risco de doenças associadas à obesidade. Estes fatores sustentam a importância da inclusão da atividade física como estratégia fundamental da prevenção e tratamento do excesso de peso e obesidade em qualquer etapa da vida.

Benefícios da prática de atividade física e riscos do sedentarismo associados à saúde e ao bem-estar são amplamente documentados na literatura. No entanto, maior número de estudos procura envolver sujeitos adultos. Só mais recentemente, se deu um enfoque maior aos jovens e adolescentes. Inclusive, existem fortes evidências de que em 80 a 86% dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência.

O exercício físico moderado pode estimular o crescimento, muito provavelmente por induzir aumentos significativos no hormônio do crescimento na circulação, tanto de crianças, como de adolescentes e adultos O exercício físico é um fator que contribui para a redução da gordura, aumento da massa muscular e da densidade óssea. Além disso, ele é capaz de promover diversas adaptações no organismo do adolescente. Estudos revelam que adolescentes fisicamente ativos e em boa forma física possuem benefícios quanto à eficiência e quanto à qualidade do sono, enquanto adolescentes inativos queixam-se de sono ruim, de baixa eficiência e consequentemente sentem-se mais estressados. O exercício físico provoca o aquecimento corporal e facilita o início do sono. Em indivíduos sedentários a prática de exercícios físicos no início da noite pode acarretar insônia.

O exercício aumenta a auto-estima, ajuda no autoconhecimento corporal e no cuidado com a aparência física, melhora a capacidade funcional, reduz a obesidade e melhora a qualidade de vida dos adolescentes. Os exercícios predominantemente aeróbios como corridas, caminhadas, natação, ciclismo, entre outros, são os mais indicados para a promoção e manutenção da saúde. Os exercícios aeróbios, acima citados, caracterizam-se pela utilização de lipídios como fonte de produção de energia durante o exercício, mas também utilizam os carboidratos.

Entretanto, a quase toda totalidade desses efeitos positivos se revertem caso a pessoa suspenda a prática de atividade física. Mediante o exercício de atividades aeróbias, o sistema nervoso central também é estimulado, liberando maiores quantidades de endorfina que quando mergulhadas na corrente sangüínea agem na musculatura provocando a sensação de relaxamento e bem-estar. A importância dada predominantemente às atividades aeróbias está fundamentada nos seguintes benefícios: aumento da eficiência dos pulmões e coração; aumento das cavidades do coração, aumento do volume total de sangue e volume máximo de oxigênio promovendo um aumento da absorção, captação e transporte de oxigênio; aumento do número e tamanho dos vasos sangüíneos; melhora da tonicidade muscular e dos vasos sangüíneos além de promover um aumento da capacidade oxidativa dos carboidratos e ácidos graxos livres.

Concluindo, independente da idade, a prática esportiva associada a hábitos alimentares saudáveis só traz benefícios à saúde, tanto física como mental, além de fazer bem para a auto-estima e contribuir para uma melhor integração do indivíduo na sociedade, além de estimular a manutenção de um estilo de vida saudável, que se reverte em qualidade de vida, saúde e longevidade. E mesmo quem pratica um esporte de forma eventual ou em caráter amador, estará de qualquer forma, fazendo um bem a sua saúde.

Fonte: Rodociclo, 21/10/2009

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