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Exemplo de Aracaju (1)

Aracaju está se transformando na capital da bike

Um aspecto, em especial, logo salta aos olhos de quem chega à capital sergipana. Aracaju está caminhando para ser, definitivamente, a cidade da bicicleta. E não são apenas as ciclovias as responsáveis por esse destaque. O número de novos ciclistas tem crescido muito rapidamente, inclusive com a formação cada vez maior de grupos de passeios, associações e organizações, motivados por três aspectos fundamentais: esse é um transporte bom para a saúde, para o meio ambiente e para a redução dos engarrafamentos. Ou seja, para a qualidade de vida.

O movimento de ampliação do uso da bicicleta como meio de transporte se deve, principalmente, às políticas públicas empreendidas. Nos últimos oito anos foram construídos na cidade mais de 56 km de ciclovias e dois bicicletários no Centro com 40 vagas de estacionamento, equipados com paraciclos duplos e seguindo padrões adotados mundialmente. Desde 2001, já foram investidos mais de R$ 11 milhões na ampliação e estruturação de vias exclusivas para ciclistas.

O coordenador de ciclomobilidade da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Fabrício Lacerda, conta que o trabalho da PMA é feito com base em quatro pontos básicos: projeção de novas ciclovias, acompanhamento da execução dos projetos, fiscalização das já existentes, e ações de educação, tanto no apoio aos grupos de ciclistas quanto na realização de passeios.

Aracaju já possui uma geografia muito propícia ao ciclismo: a cidade é, quase que em sua totalidade, plana. É notório o crescimento, em um curto espaço de tempo, do número de ciclovias na capital, assim como dos bicicletários públicos. Isso se deve aos maciços investimentos feitos pela PMA no setor, tendo em vista dois principais objetivos: reduzir o fluxo de carros em horários de pico e contribuir com o meio ambiente, diminuindo a emissão de gases poluentes pelos veículos automotores.

Para Fabrício, que antes de trabalhar pensando políticas públicas na área de ciclomobilidade sempre gostou de pedalar, é verdade que ainda existe muita coisa a ser feita, não só em termos de infraestrutura, mas também na educação de motoristas, ciclistas e pedestres no processo de adaptação a esse novo momento por que passa a capital sergipana. "Nesse aspecto, a cidade não é perfeita e nunca vai estar. A ideia é que tenhamos sempre trabalho pela frente, pois a cada dia surgem mais utilizadores desse meio", declara o coordenador.

Ranking

Aracaju vem ganhando destaque, inclusive nacionalmente, quando o assunto é bicicleta. Hoje a cidade é a terceira capital brasileira no ranking da extensão de ciclovias, perdendo apenas para o Rio de Janeiro (150 km) e Teresina, no Piauí (60 km). De acordo com Fabrício Lacerda, isso acontece "em função das políticas públicas empreendidas pela PMA, que também vem propondo diversas ações a respeito desse veículo de forma extremamente séria", afirma ele.

O coordenador também chama atenção para uma importante especificidade da capital sergipana. "Diferente do que acontece em outras cidades, a Prefeitura tentou trabalhar com mais afinco direcionando esforços para as pessoas de baixa renda que utilizam a bicicleta no deslocamento casa-trabalho e trabalho-casa", enfatiza o coordenador.

Essa preocupação ganhou corpo a partir de uma pesquisa realizada há cerca de dois anos e meio pela SMTT, por meio da qual foi constatado que há uma utilização bastante intensa da bicicleta nos primeiros horários da manhã e nos últimos da tarde, justamente quando as pessoas vão e voltam para o trabalho.

Pesquisa

Os resultados da pesquisa apontaram também que 90% das pessoas que utilizam bicicletas em Aracaju são trabalhadores da construção civil. "Tudo isso estimulou a Prefeitura para que as primeiras ciclovias projetadas e construídas na cidade levassem aos bairros mais simples, principalmente os da Zona Norte", conta.

Para o coordenador de ciclomobilidade da SMTT, ainda há muita coisa para ser feita na cidade para estimular o uso da bicicleta, assim como para garantir a infraestrutura adequada aos aracajuanos que já pedalam. "Mas também existe bastante coisa boa. Muitas ciclovias estão sendo utilizadas tanto por pessoas que usam a bicicleta no trajeto para o trabalho quanto por aquelas que pedalam por opção, como forma de lazer", diz.

Fonte: Esporte Emsergipe, 18/05/2010

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