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Trocar carro por bike faz bem para a saúde e para o bolso

São Paulo já é uma das maiores cidades do mundo e, como outras desse porte, sofre com um problema que custa tempo, dinheiro e saúde a seus cidadãos: trânsito. Uma forma de tentar diminuir esses problemas, no entanto, já foi inventada no século 19 e está mais ao alcance que nunca: a bicicleta.

No quesito economia, a troca do carro ou do ônibus pela bicicleta é tentadora. Uma pessoa que precise de apenas um ônibus para chegar ao trabalho e um para ir para casa gastou nos 21 dias úteis de junho, por exemplo (excluindo o feriado de Corpus Christi, no dia 3), R$ 111,30. Nos 12 meses do ano, o gasto fica em torno de R$ 1.300. Se nessa conta entrarem mais duas viagens de metrô (ida e volta), o gasto pode ficar em torno de R$ 2.600.

Já para começar a pedalar, basta um capacete e a própria bicicleta, diz a diretora de marketing e relações internas da fabricante de bicicletas Caloi, Juliana Grossi. O valor envolvido na mudança pode ficar em até um quarto daquele gasto - um capacete custa, em média, R$ 150, e uma bicicleta pode ser encontrada a partir de R$ 250. Mesmo com desgaste de peças, como cabos e freios, e com um ou outro eventual pneu furado, dificilmente o gasto com a bicicleta chegaria ao dobro desse valor no ano.

Ela destaca a necessidade não só de investimentos em infraestrutura e segurança da cidade, para que a bicicleta seja vista como uma opção real em termos de transporte, mas também de uma evolução na própria cultura do brasileiro para fazer essa mudança.

- De alguns anos para cá percebemos algumas mudanças em favor da bicicleta. A bicicleta, que sempre foi aliada a uma forma de atividade física e vida saudável, passou também a ser vista como meio de transporte sustentável e como alternativa aos grandes problemas de congestionamento que existem nas grandes cidades do país.

Ela ressalta ainda a mudança política que decorre dessa mudança de visão.

- Hoje vemos alguns políticos trabalhando ativamente a favor de que se pedale mais no país. Certamente a falta de infraestrutura impede um crescimento maior.

Produção

Para este ano, a expectativa da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) é de uma produção de 5,7 milhões de unidades; para 2011, no entanto, a produção deve chegar à marca de 6 milhões de unidades e em 2012, de 6,3 milhões.

O resultado representa uma recuperação em relação a 2009, quando a produção caiu a 5,3 milhões de unidades - abaixo dos 5,8 milhões de 2008.

O país fica atrás apenas de China - com 65% da frota global de bicicletas, o equivalente a impressionantes 80,7 milhões de unidades - e Índia - com 11,9 milhões -, segundo a Abraciclo.

Grossi disse que a expectativa da Caloi para este ano é de produzir 800 mil unidades, e aproveitar que o mercado de bicicletas está aquecido.

Mercado

Ainda de acordo com a Abraciclo, o Brasil é o quinto maior mercado mundial de bicicletas. No país a região Sudeste lidera em número de bicicletas, com 28,8 milhões de unidades - ou 44% das que rodam pelas ruas, estradas e parques do país.

O Nordeste responde por 26% do total, com 16,8 milhões de unidades. No Sul elas são 9,1 milhões, ou 14% do total. Centro Oeste e Norte estão empatados, com 8% (5,2 milhões de unidades) cada.

Do total de bicicletas circulando no país, 50% são usadas em substituição a veículos poluidores - ou seja, são pessoas que vão ao trabalho, à escola, faculdade, igreja pedalando. Como forma de lazer é a preferência de 17%.

Um dado que pode ser visto como um bom sinal: 32% do total de bicicletas é de uso infantil - crianças essas que, dessa forma, estariam dedicando menos tempo a video-games, redes sociais e outros passatempos sedentários.

Fonte: Portal R7, 11/07/2010

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