Outra crítica visível na Capital é a ausência de um projeto para a implantação de ciclovias. Além de defasada, a malha cicloviária de Curitiba tem uma concepção antiga, voltada ao lazer. Para o consultor de mobilidade não-motorizada, Ulrich Jager, por esta questão é que atualmente o número de acidentes envolvendo bicicletas e biarticulados tem crescido. “A localização das ciclovias não atende a necessidade e a malha existente não está completa. Por isso o ciclista acaba pegando o caminho mais curto, a canaleta do expresso. A canaleta foi construída com a lógica de ligar regiões populosas da cidade, não a ciclovia”, analisa Jager.
O coordenador do projeto Ciclovida na UFPR, ativista da Bicicletada, conselhereiro da União Ciclistas do Brasil e diretor da Federação Paranaense de Ciclovia, José Carlos Assunção Belotto, aponta que os investimentos para a melhoria das ciclovias são baixos em comparação com os benefícios que o uso das bicicletas podem trazer.
Ambos avaliam que o investimento na área de ciclovias não é alto, mas mesmo assim falta vontade política para mudar. As ciclofaixas são apontadas como uma solução mais barata para ajudar a solucionar o problema em Curitiba. “Não precisa necessariamente uma ciclovia, pode haver uma faixa compartilhada em ruas onde a velocidade é baixa. O pessoal da Bicicletada chegou a criar uma ciclofaixa clandestina na Rua Augusto Stellfeld, mas a Prefeitura pintou de novo a via e chegou a multar os rapazes”, avalia.
Para Belotto, a opção pode ser aproveitar a própria infraestrutura existente. “Com um custo baixíssimo poderiam ser transformadas as vagas de estacionamento ao longo das canaletas para a implantação de ciclofaixas. Ganharíamos mais 70 quilômetros de ciclovia neste sentido. Para isso, porém, é necessária uma política pública que vise os transportes alternativos, e não o carro como é feito”, critica.
Fonte: Bem Paraná, 12/09/2010
Projetos de Incentivo ao Uso da Bicicleta aqui.
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