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Engenheiro de estradas incentiva o uso da bicicleta em meio urbano

Paulo Santos, de 37 anos, é engenheiro de estradas e, como tantos outros portugueses elegia o automóvel como meio de transporte. Foi em 2006, numa experiência no Instituto de Estradas da Finlândia, que lhe foi apresentada a bicicleta como veículo de trabalho. “A bicicleta foi o meio que me deram. O director e a maior parte dos funcionários usavam-na”, conta. A partir daí tornou-se adepto deste transporte para o meio urbano – que usa diariamente em Lisboa – e a 22 de Maio empreendeu um périplo de 100 dias pelas principais cidades do continente para incentivar outras pessoas a fazê-lo e sensibilizar as autarquias para criarem as condições necessárias para uso do veículo a pedais.
Mas o que é preciso, afinal, para que a bicicleta seja meio utilizável para os trajectos de curta distância?
Paulo Santos não defende a criação de ciclovias nos centros urbanos, antes condições para reduzir a velocidade dos automóveis, criando zonas de conforto para a utilização da bicicleta. “É preciso acalmar o condutor e forçá-lo a andar mais devagar, por exemplo com piso em paralelos, passadeiras sobrelevadas, vias mais estreitas em alguns casos, ruas com pouco tráfego e até cortadas ao trânsito”, defende.
Nos acessos à cidade, onde a velocidade dos carros já é superior, então sim Paulo Santos defende a criação de ciclovias ou corredores de bicicletas.
Estas são condições que, de resto, já vão sendo criadas um pouco por todas as cidades, quando as autarquias começaram a fechar ruas ao trânsito, criaram parques de estacionamento mais afastados ou subterrâneos, e passaram a fazer a acalmia de tráfego.
Depois disto é necessário sensibilizar e incentivar as pessoas a utilizar a bicicleta, por exemplo com eventos, ou “estimulando colaboradores da Câmara e professores das escolas a ir de bicicleta para o trabalho”.
Nas Caldas, o engenheiro de estradas encontrou bons planos para utilizadores de bicicletas. “Do que vi em termos de inclinação não parece ser complicada pois uma grande parte da cidade é plana ou com inclinações muito suaves”. Só falta haver zonas de circulação reduzida e sem circulação de automóveis para se garantir um bom nível de segurança.
Apesar de defensor da bicicleta, Paulo Santos sublinha que há espaço para todos os meios de transporte e inclusivamente estes até podem ser articulados: “há pessoas que podem vir de longe de carro, deixá-lo no estacionamento e deslocar-se na cidade de bicicleta”.

Não há limite para o uso da bicicleta

Paulo Santos utiliza a bicicleta diariamente em Lisboa, em percursos de meia hora a 45 minutos de casa para o trabalho. As vantagens que disso tem tirado têm sido muitas, como descobriu com o estudo que serviu de base para a tese de mestrado. A começar em termos físicos pois diz que perdeu seis quilos sem esforço. Chegou a medir os batimentos cardíacos numa caminhada para estudar a que velocidade podia circular com a mesma pulsação, chegando a uma velocidade de 20 km/h em caminho plano, e sete em subida, sempre mais rápido que andar a pé.
A bicicleta não o faz perder tempo e em alguns casos até ganha. “Em hora de ponta em Lisboa um carro faz uma média de 12,7 km/h, na bicicleta faço médias de 17 km/h”.
E depois há ganhos económicos porque o carro que saía todos os dias da garagem passou a sair de duas em duas semanas, com ganhos nos custos de utilização e manutenção.
Depois, acrescenta, não há limite para a utilização da bicicleta: “passo em ruas que não passo a pé porque são pouco seguras, deixo a minha bicicleta à porta do bar, vou para as docas, para a Expo, vou às compras…”
O périplo pelo país contemplou as principais cidades e os 18 distritos do continente e termina em Lisboa a 22 de Setembro, Dia Europeu sem Carros.

Rainhas Bike Sharing com postos automáticos ainda este ano

Associação Marcar o Ritmo. Segundo Jorge Rocha, houve alturas em que as bicicletas esgotaram. Entretanto o projecto está a entrar em fase de consolidação e até final do ano espera-se a instalação de três postos automáticos: um na ESAD e dois no centro da cidade.
O pico de utilização registado na estação quente fica a dever-se em boa parte à forte adesão de turistas estrangeiros que visitaram a região, que conheceram o projecto através do blog (rainhas-bike-sharing.blogspot.com). Os visitantes, na sua maioria ingleses e espanhóis, aderiram também de forma positiva ao projecto paralelo desenvolvido na Foz do Arelho – bicicletas com atrelados que permitiam passeio em família.
Durante os períodos de utilização normal, o Rainhas Bike Sharing conseguiu convencer 1% da população urbana, adianta Jorge Rocha, o que representa em termos de emissões de CO2 uma redução de 2.250 quilos, “que já é uma melhoria da qualidade de vida no centro da cidade”.
Entre os utilizadores frequentes encontram-se estudantes da ESAD e do Conservatório de Música no Avenal. Depois surgem os turistas e uma pequena percentagem de pessoas de uma faixa etária superior numa vertente de lazer. Jorge Rocha acrescenta que se verificam casos de pessoas que estacionam o carro e utilizam a bicicleta para as voltas a dar na cidade.
O feedback tem sido positivo, disse, e não houve registo de nenhum incidente grave com as bicicletas. Também não houve furtos.
Quanto a queixas, a principal tem sido o horário de funcionamento, sujeito ao horários das lojas parceiras do projecto. “Há dificuldade em utilizar para lá das 18 horas”, aponta.
Para o Dia Europeu Sem Carros, que assinala um ano de funcionamento do projecto, vai ser efectuado “um reforço da imagem junto das pessoas e criar uma dinâmica de maior e mais fácil utilização na cidade”.

Fonte: Gazeta das Caldas, 17/09/2010

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